Transforma-se o amador na cousa amada
      Transforma-se o amador na cousa amada,
      Por virtude do muito imaginar;
      Não tenho logo mais que desejar,
      Pois em mim tenho a parte desejada.
      Se nela está a minha alma transformada,
      Que mais deseja o corpo de alcançar?
      Em si somente pode descansar,
      Pois consigo tal alma está liada.
      Mas esta linda e pura semideia,
      Que, como o acidente em seu sujeito,
      Assim com a alma minha se conforma,
      Está no pensamento como ideia;
      [E] o vivo e puro amor de que sou feito,
      Como a matéria simples busca a forma.
      Luís de Camões, Rimas
7 Comments:
Eli? Monet? Belíssima fotografia!
Camões, sempre Camões.A.C.S.
Lindíssimo:) A foto então está demais;) beijos*****
sempre pensei que o Luís por vezes desatinava...mas com génio!
a imagem, da "foto Eli", claro!
bj cpfeio
Que maravilha de poema, a transformação que ocorre quando amamos. A foto é belíssima, uma tela pintada por Deus. Meu beijo, meu carinho.
Petrarca e Platão - Camões, para quem sabe muito mais do que eu. Gosto deste soneto, como de quase todos os de Camões, reli-o com prazer.
Nota particular para a fotografia. Ao primeiro olhar, julguei ser o conhecido quadro de Monet. Inspirado olhar, muito boa foto.
Bjos. JP-
ahahahahah
este percebo-o bem ahahahahah!
vou ripar-lhe muitas fotos, tá?
beijinhos do
Rubem, o sem blog :-))))
eli, não sei quanto ao poema, mas essa foto está uma beleza, parece que olho para um quadro de Monet.
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