Sextina
      Tanto de amor se disse que não sei
      Como dizer que amor é outra coisa
      Que nem só o teu corpo me fez rei
      Nem tua alma só me deu a rosa
      Tanto se disse menos o dizer
      Esta paixão que é de todo o ser
      E ao fim do ser ainda há outra coisa
      Mais do que corpo e alma e ser não ser
      Como entre vida e morte e sexo e rosa
      Um morrer e um nascer. Como dizer
      Este reino em que sou o servo e o rei
      Como dizer se tanto e ainda não sei
      Como dizer este Elsenor sem rei
      Se tanto disse menos o dizer
      Esta paixão que sabe o que não sei
      Em Elsenor de ser e de não ser
      Senão que amor ainda é outra coisa
      Como entre o corpo e a morte o anjo e a rosa
      Como dizer do sexo a alma e a rosa
      Se amor é mais que ter e mais que ser
      Um morrer ou nascer ou outra coisa
      Entre a vida e a morte e um não dizer
      Senão que disse tanto e ainda não sei
      Como dizer de amor se servo ou rei
      Se disse tanto menos o dizer
      Esta paixão da alma que não sei
      Se é o sexo ou seu anjo ou só o ser
      Entre a vida e a morte o breve rei
      Deste reino que fica à beira-rosa
      Do teu corpo onde amor é outra coisa
      Como dizer de amor ser e não ser
      Se amor mais do que amor é outra coisa
      Mais do que ser e ter mais que dizer
      Um morrer e nascer entre anjo e rosa
      Ou entre o corpo e a alma o servo e o rei
      Como dizer se tanto e ainda não sei
      Manuel Alegre, Obra Poética
- Aqui houve:
voz: Manuel Alegre
part. musical: José Lopes e Silva e Manuel Morais-
Pode ouvir-se em http://tecum.multiply.com
18 Comments:
Bonita foto que acompanha este poema e voz do Manuel Alegre.
Bom fim de semana.
Beijinhos.
Lindo de morrer este poema. Dito pela voz do próprio poeta ainda fica mais belo:) Lindíssima foto! beijos*****
Aqui estive, hoje só mesmo aqui, li e ouvi tantas vezes este poema, que adoro!
Não consegui afastar-me dele...
Um beijo enorme, obrigada por estes momentos!
Maravilha!
Agradecido, eu também.ACS
Lindo de morrer, amiga! Adorei aqui e no mau e-mail.
Um domingo de dol feliz!
Todos os beijos e mais um.
E se o blog for abaixo é porque me deixei ficar por aqui.
Como dizer... Minha alma alçou vôo. Obrigada pelo lindo presente que encantou meu domingo. Agradeço aos ventos por terem me colocado no teu caminho.
Nem sei como dizer... as palavras parecem insuficientes para a grandeza do poema! E a foto...singela, bela... a flor que desabrocha é o poema de amor que a natureza nos oferta! Um domingo de paz e amor para todos nós! Beijos do lado de cá.
o poema, a voz, a fotografia - de novo, a perfeição em tríptico!
Bjos. JP-
Poema com poema se paga.
Sempre feliz por passar neste espaço de tanta beleza, deixo o meu sentido beijo e o desejo de que tudo esteja apaziguado.
«Trova do Vento que Passa»
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Querida, fiquei emocionado viu? Te mandei um e-mail. Beijo grande.
O que tenho para dizer é um lugar comum, neste blog: MAGNÍFICO!
Bjs
Querida, voltando das férias e pondo em dia as leituras, encontro mais um belo post em imagem e poema. É sempre um grande prazer vir aqui. Beijo grande e saudoso. Adelaide
www.meublog.net/adelaideamorim
é bom encontrarmo-nos na mesma escrita, nos mesmos pensares, na mesma solidão, por vezes.
Amiga, apenas vim desejar uma semana abençoada e feliz. Ouvindo este tão belo poema, que nos enternece a alma. Muito linda a foto escolhida. Beijos da amiga que te quer bem.
T, tenho saudades de visitar o teu blogger e de ler-te avidamente, mas n posso porque tenho um problema com a ligação de rede, prometo processar a NetCabo, lol...
Passei para desejar-te uma boa semana escolar, bjokitas e abraços da Memorex
Olá amiga fotógrafa com coração e olhos de poeta, obrigada por estes doces que vai distribuindo. Generosamente.
Um suspiro longo, o coração apertado de saudade, a vontade de correr para morar num par de braços que adoro tanto. Foram essas algumas das sensações que senti ao ler. Obrigada
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