NUVENS
As nuvens, que nuvens são essas Yanoá?
A pele se desintegra e os olhos caem,
tudo retorna a ser selvagem, pássaro
antigas imagens, distúrbios de cristais
Pesadelo de noite, luzes que cegam
olhar assustado, fincado em areia.
Milhões de braços invisíveis se acendem.
Rosto transformado, seu ser primitivo
E Yací estava em um dos lados do rio
em um bosque onde as plantas vinham das águas
o navio chega e nos leva com ele
as folhas se multiplicam generosas
estou dentro ou fora das águas, não sinto.
Uma carta rola com palavras escritas
Tua imagem retorna prateada
Operação devastadora dos sonhos
Ainda passaria por várias mutações
Humano é mortal até tomar consciência
Traz o universo inteiro em si mesmo
Um jaguar salta encantado, força absurda
Quem sabe vem de um planeta remoto
Não sentia rumores, pulsação do ar
Renovam-se generosas as folhas.
Márcia Theóphilo, Il fiume, l'uccello, le nuvole
Trad.: Márcia Theóphilo
7 Comments:
Espectacular post!:) beijos*****
tudo se renova - sempre - mesmo na mais escura das noites a madrugada acaba sempre por surgir
Já lhe sentia a falta! e logo um poema destes e mais uma aprendizagem. Um abraço
Márcia sonha, tu registas o momento, nós agradecemos o transporte para esse País imaginário!
a foto cumpre, os versos elevam!
beijo carlos p f
http://podiamsermais.weblog.com.pt
Ler-te é beber "knowhow".
Jinhos, ainda me dizem que devia ler mais...
Extraordinários versos! Mágicos!
Foto: a sugerência do bosque...muito boa.
Quanto aprendo em Texere, minha amiga.Agradecido.
Bjos. JP-
Olá, T! Imagens de nuvens, para mim, são maravilhosas, pois despertam a imaginação, quaisquer que sejam as luzes que as acendam e as apaguem...Acompanhadas de um belo poema ainda se tornam melhores. Beijos do lado de cá.
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