TREZE VERSOS
    E finalmente pronunciaste a palavra
    não como quem se ajoelha,
    mas como quem escapa da prisão
    e vê o sagrado dossel das bétulas
    através do arco-íris do pranto involuntário.
    E à tua volta cantou o silêncio
    e um sol muito puro clareou a escuridão
    e o mundo por um instante transformou-se
    e estranhamente mudou o sabor do vinho.
    E até eu, que fora destinada
    da palavra divina a ser a assassina,
    calei-me, quase com devoção,
    para poder prolongar esse instante abençoado.
    Anna Akhmátova, Poesia: 1912-1964
    Trad.:Lauro Machado Coelho
12 Comments:
instantes abençoados só mesmo o silêncio para os eternizar!
Ainda que sem sol,um bom dia.ACS
Mais uma poetisa que desconhecia, mas cujo poema é lindo. A foto muito apropriada para o mesmo:) beijos*****
Linda foto, Eli!! Muito bem;)!
Obrigada pela tua visita ao meu blog;)! Fiquei contente pelas mensagens que recebi;)!
Beijinhos da Andreia, mais uma vez Obrigada:)! Passa um bom dia...
Anna Akhmátova lida e observada a imagem de quem olha o horizonte interior. Prolongo o intante, em silêncio.
Bjos JP-
Poema muito belo para mais uma excelente edição.
Beijos.
MUITO belo! Não menos que isso. Fiquei imaginando tudo, e sabe, acho bétula uma árvore linda. Beijão.
era para ser "planta" e não árvore, bom, mas não deixa de ser como uma árvore, rs. Beijo de novo.
Desconhecia. É belo o poema e é linda a foto :) bjs
Belo. E a tradução deve estar muito bem feita, para que ele continue a ser belo assim nas nossas palavras, juntamente com a fotografia.
Adoro Anna e tenho essa mesma tradução. A foto, belíssima, reforça ainda mais a beleza do poema.
Um beijo grande daqui, amiga.
assombrosos versos
e que força nos 3 ultimos
Quanta beleza em ti - TECUM/ ELI - e em tudo que nos ofereces!
Meu penhor, minha gratidão.
JP_
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