MEU AMOR       MEU AMOR
  Meu amor       meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura       meu punhal a crescer
  nós parámos o tempo       não sabemos morrer.
e nascemos       nascemos
do nosso entristecer.
  Meu amor       meu amor
meu pássaro cinzento,
a chorar a lonjura,
do nosso afastamento.
  Meu amor       meu amor
meu nó de sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura       este céu não tem ar
nós parámos o vento       não sabemos nadar
e morremos       morremos
  devagar       devagar
José Carlos Ary dos Santos, Poesia Completa
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura       meu punhal a crescer
  nós parámos o tempo       não sabemos morrer.
e nascemos       nascemos
do nosso entristecer.
  Meu amor       meu amor
meu pássaro cinzento,
a chorar a lonjura,
do nosso afastamento.
  Meu amor       meu amor
meu nó de sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura       este céu não tem ar
nós parámos o vento       não sabemos nadar
e morremos       morremos
  devagar       devagar
José Carlos Ary dos Santos, Poesia Completa
7 Comments:
Grafismo e palavras são mesmo de Ary, já tinha saudades de o reler.
Um aparte, só hoje reparei que o mar da foto que encima o blog é dali de ao pé da Ericeira - belo surf.
Perfeito!
Bjs. JP-
Sempre bonito. A figura de alguém de braços abertos?
Triste à Ary, bonita disposição do poema e bela foto. beijos*****
a foto está linda... fikei boquiaberta com os efeitos de luz... mas achei o poema triste...
aiii! tenho de ir estudar cultura clássica, felizmente estou a adorar! =) e espero que esteja tudo bem por aí =)
beijinho ******
Não paramos o vento, mas bebemos a sua passagem. Com a avidez de amantes....
Foi bom ler Ary dos Santos. Aqui. Grato. Beijos
Ary é, quanto a mim, um dos grandes poetas do amor. Continua esquecido porque desde sempre incomodou as mentes mais bem pensantes deste país. Grata por o lembrares.
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