OUTROS MASTROS



Agosto de 2005




moldo o teu rosto
entre os barcos:
imóvel percurso
do desassossego

a fogo e quartzo
revelo a memória
de outros mastros:
padrões
da viagem
inconcluída

repousa o mar
na orla
dos teus olhos
(vesperal
e frio)

ermo dos claustros
por ti erguidos
no meu painel
de tojo
arremesso à água
as grainhas

e vou perder-te
mais longe:
onde as nascentes
despertam


José Manuel Mendes, Limiar da terra



7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Este é um poema que gostaria de ter escrito. Sobretudo a terceira estrofe.
Obrigada por mais ele, amiga querida.
Beijo azul de manhã de primavera.

9:35 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

São agradáveis estas palavras que têm vindo a ser trocadas à porta de casa que dá para a beira-mar...

9:50 da manhã  
Blogger wind said...

Belo poema que desconhecia. A foto é simplesmente linda! bjs*****

2:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Este poema é como um lançar de sensações que se abarcam nos mastros e se lançam ao mar. Boa escolha este poema, não conhecia o autor. Beijinhos.

3:27 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá T. - obrigada pela tua vista ao chuinga!, e cumprimento-te pela fabulosa imagem cima!!, um beijo, IO.

7:03 da tarde  
Blogger Nina said...

Gostei do teu blog :)

Beijinho

9:48 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

José Manuel Mendes nasceu em Luanda em Setembro de 1948, tendo publicado o seu primeiro livro de poesia aos 15 anos.
Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, é advogado, mas foi também professor do ensino secundário (1968/1980) e deputado à Assembleia da República (1980/1991). Docente do curso de Comunicação Social da Universidade do Minho.
Tem cerca de 30 livros publicados (poesia, ficção, crónicas, ensaio). Aconselho: Presságios do Sul (Grande Prémio ITF de Literatura) , O Rio Apagado, Ombro, arma! , Prelúdio de Outono , que reúne poesia e prosa (contos, evocações, diário) do autor, ...

Para todos os que, passando, comentaram, beijo meu.

2:48 da manhã  

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