Embora o teu corpo às vezes se contorça

Embora o teu corpo às vezes se contorça
Numa oscilação incerta e vaga,
Sei como é intacta e pura a tua força,
Sei como é absoluta a harmonia,
Que regressando nasce em cada vaga.
No infinito sorriso das espumas,
No chamar da maresia, no convite das brumas,
Na exaltação de cada maré cheia,
No teu ritmo de dança e bebedeira,
O que eu procuro e encontro extasiada,
É a tua alma viva, nunca profanada.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Poesia
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