CANÇÃO DA ALMA CAIADA




Kandinsky, the red oval


Aprendi desde criança
Que é melhor me calar
E dançar conforme a dança
Do que jamais ousar

Mas às vezes pressinto
Que não me enquadro na lei:
Minto sobre o que sinto
E esqueço tudo o que sei.

Só comigo ouso lutar,
Sem me poder vencer:
Tento afogar no mar
O fogo em que quero arder.

De dia caio minh'alma
Só à noite caio em mim
por isso me falta calma
e vivo inquieto assim.

António Cícero



1 Comments:

Blogger Nena de Castro - MACUNADRU said...

Ontem li o poema pela primeira vez e fiquei emocionada com com o talento de Antonio Cícero!Uau!
(Nena de Castro - poeta e cronista, autora de MARIANA CATIBIRIBANA,um livro infantil que contem trava-linguas. Meu e-mal é nenadecastro@yahoo.com.br)
Um grande abraço!

2:51 da tarde  

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