O NOME
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Teu nome amarfanhado jaz num poço
a um salto mortal do esquecimento
teu nome renegado que eu não ouço
teu nome feito raiva e desalento
Teu nome que eu roí até ao osso
do ódio da ternura e do tormento
é agora o sinal de que não posso
castigar mais o próprio sofrimento.
Teu nome a cama estreita onde me deito
o abismo de sons onde recordo
um silêncio impossível e perfeito.
Teu nome que só lembro quando mordo
um nome de milhões de nomes feito
que só é nomeado quando acordo.
José Carlos Ary dos Santos, Obra Poética
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