Mulheres de preto


Fotografia de Guilherme Carreiro



Há muito que são velhas, vestidas
de preto até à alma.
Contra o muro
defendem-se do sol de pedra;
ao lume
furtam-se ao frio do mundo.
Ainda têm nome? Ninguém
pergunta, ninguém responde.
A língua, pedra também.

Eugénio de Andrade, Trinta Poemas


Grata a Guilherme Carreiro